Saiba Tudo Sobre Herpes Genital e Como Tratar os Sintomas

Herpes Genital: Transmissão, Sintomas e Tratamento

O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) provocada pelo vírus herpes simplex (HSV), que se manifesta principalmente através do aparecimento de pequenas bolhas e úlceras dolorosas na região genital. Existem dois tipos de herpes simplex: o tipo 1 (HSV-1), que geralmente causa herpes labial, e o tipo 2 (HSV-2), que é o principal responsável pelo herpes genital. Embora o HSV-1 possa ocasionalmente causar infecções genitais, o HSV-2 é o responsável pela maioria dos casos de herpes genital.

Estima-se que entre 20% a 30% da população adulta esteja infectada pelo HSV-2, embora muitos indivíduos permaneçam assintomáticos e, portanto, desconheçam sua condição. Estudos indicam que, em uma amostra de adultos em Nova York, 28% estavam infectados, mas apenas 12% tinham conhecimento da infecção. Embora o herpes genital possa ser tratado e controlado, não há cura definitiva, e o vírus permanece no organismo por toda a vida, podendo causar sintomas recorrentes.

Formas de Transmissão

A transmissão do herpes genital ocorre principalmente através de relações sexuais desprotegidas, especialmente quando o infectado apresenta lesões ativas. Um aspecto preocupante é que o vírus pode ser transmitido mesmo quando o portador não apresenta sintomas visíveis. Isso acontece porque o vírus pode ser eliminado intermitentemente, mesmo fora das crises. Estatísticas sugerem que, em um período de 100 dias, um paciente pode eliminar o vírus de forma assintomática por 2 a 3 dias.

A frequência da eliminação do vírus tende a diminuir com o passar do tempo, sendo mais alta durante os primeiros meses após a infecção inicial. Estudos indicam que, após 10 anos de infecção, apenas 9% dos pacientes apresentavam o vírus detectável fora das crises. Além disso, 70% das transmissões ocorrem em períodos assintomáticos, o que é especialmente relevante para pacientes HIV positivos, que têm maior risco de transmissão.

O HSV-1, que normalmente causa herpes labial, pode ser transmitido para a região genital durante sexo oral. Embora a sobrevivência do vírus fora do corpo seja limitada, o uso de preservativos pode ajudar a reduzir, mas não eliminar, o risco de transmissão, uma vez que lesões podem ocorrer em áreas não cobertas pelo preservativo.

Sinais e Sintomas

A maioria das pessoas que se infecta com o HSV-2 não apresenta sintomas, permanecendo assintomáticas. Estima-se que até 80% dos infectados não desenvolvem sintomas visíveis. Para aqueles que apresentam sintomas, a infecção é dividida em dois tipos: infecção primária e recorrências.

Infecção Primária

A infecção primária ocorre quando as lesões aparecem pela primeira vez após a infecção. Os sintomas geralmente surgem entre três a sete dias após a relação sexual que resultou na infecção, podendo, em alguns casos, demorar até duas semanas. O sinal mais característico é o surgimento de pequenas bolhas nos órgãos genitais, que rapidamente se rompem, formando úlceras. Essas lesões são frequentemente acompanhadas de dor intensa, coceira e outros sintomas como febre, mal-estar e linfonodos inchados na região da virilha.

Nas mulheres, as lesões podem ser internas, dificultando sua visualização, enquanto nos homens, as feridas costumam aparecer no pênis. O tempo médio para a cicatrização das lesões primárias é de cerca de 20 dias.

Recorrências

Após a infecção primária, as lesões podem desaparecer, mas o vírus permanece dormente no corpo, podendo causar surtos periódicos. A maioria dos pacientes experimenta a primeira recorrência dentro de 18 meses após a infecção inicial, e alguns podem ter múltiplas crises em um ano. As recorrências tendem a ser menos dolorosas e de duração mais curta em comparação com a infecção primária.

Fatores como estresse, doenças, cirurgias e exposição excessiva ao sol podem desencadear surtos. Muitas pessoas conseguem identificar os primeiros sinais de uma recorrência, como coceira ou formigamento na região afetada. Em algumas situações, a primeira manifestação das lesões pode ocorrer anos após a infecção inicial, o que pode confundir o paciente sobre a origem da infecção.

Herpes Genital e Gravidez

Em mulheres grávidas, o herpes genital apresenta riscos significativos, especialmente durante o parto, quando o bebê pode entrar em contato com o vírus ao passar pelo canal vaginal. Mesmo na ausência de sintomas, há risco de transmissão. O maior risco ocorre quando a infecção surge nas últimas semanas de gravidez. A cesariana é uma opção recomendada para reduzir o risco de contágio, embora não o elimine completamente. O aciclovir é seguro para uso durante a gravidez e pode ser administrado a gestantes com sintomas de herpes genital.

Diagnóstico

O diagnóstico do herpes genital é geralmente feito através da observação das lesões, que são típicas. Em casos de dúvida, amostras das úlceras podem ser coletadas para análise laboratorial. Durante períodos assintomáticos, sorologias podem ser utilizadas para detectar a presença do vírus.

Tratamento

Embora não haja cura para o herpes genital, a infecção pode ser controlada com terapia antiviral. Os medicamentos antivirais, como aciclovir, famciclovir e valaciclovir, são utilizados para acelerar a cicatrização das lesões, aliviar sintomas e reduzir o risco de transmissão. O tratamento inicial geralmente dura de 7 a 10 dias, com a possibilidade de extensão se não houver melhora significativa. Para recorrências, um tratamento mais curto pode ser suficiente.

A terapia supressiva pode ser indicada para pacientes com surtos frequentes, reduzindo a frequência e a gravidade das crises. A combinação da terapia supressiva com o uso de preservativos pode diminuir significativamente o risco de transmissão para parceiros não infectados.

Cuidados Pessoais

Além do tratamento antiviral, algumas medidas caseiras podem ajudar a aliviar os sintomas durante surtos, como banhos de assento com água morna para aliviar a dor. É importante manter a área genital limpa e seca, evitando roupas apertadas. O uso de analgésicos pode ser considerado em casos de dor intensa.

Dúvidas Comuns

Existe vacina para herpes genital? Não, atualmente não há vacina disponível para herpes genital ou labial. Pesquisas estão em andamento, mas ainda não há soluções definitivas.

Pomadas de aciclovir são eficazes para herpes genital? O tratamento tópico não é recomendado, pois as pomadas têm eficácia limitada em comparação com a terapia oral.

O herpes genital tem cura? Não, o herpes genital é uma infecção crônica, mas pode ser gerenciada com tratamento adequado.

Quanto tempo leva para o herpes genital desaparecer? Sem tratamento, a infecção primária pode durar de 2 a 4 semanas, enquanto as recorrências costumam durar de 1 a 2 semanas.


Nota de Responsabilidade:Os conteúdos apresentados no MedFoco têm caráter informativo e visam apoiar decisões estratégicas e operacionais no setor da saúde. Não substituem a análise clínica individualizada nem dispensam a consulta com profissionais habilitados. Para decisões médicas, terapêuticas ou de gestão, recomenda-se sempre o acompanhamento de especialistas qualificados e o respeito às normas vigentes.

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