
Alimentação Tradicional Brasileira e a Saúde
De acordo com um estudo recente realizado por pesquisadores da Fiocruz, da Universidade de São Paulo (USP) e de várias universidades federais, uma dieta baseada em alimentos tradicionais brasileiros, como arroz e feijão, pode ter um impacto positivo significativo na saúde, reduzindo o risco de diversas doenças e auxiliando na perda de peso.
O levantamento, que faz parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), analisou dados de mais de 15 mil participantes e focou em como os hábitos alimentares influenciam a prevenção de doenças crônicas. Os resultados mostram claramente os benefícios de uma alimentação tradicional em contrapartida aos malefícios de uma dieta rica em sal, produtos ultraprocessados e bebidas alcoólicas.
Benefícios da Alimentação Tradicional
O boletim divulgado destaca que seguir um padrão alimentar típico brasileiro, que inclui arroz, feijão e uma variedade de alimentos frescos como frutas, verduras, castanhas e peixes, está associado à redução do peso e da gordura corporal ao longo do tempo. Esses alimentos são ricos em nutrientes e ajudam a manter o corpo saudável.
Além disso, a pesquisa revelou que o consumo excessivo de sal é um problema significativo, com uma média de 11 gramas diários entre os participantes, mais do que o dobro do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É importante notar que os homens consomem cerca de 38% mais sal do que as mulheres, refletindo diferenças importantes entre os gêneros.
Impacto dos Alimentos Ultraprocessados
Os autores do estudo também chamam a atenção para os riscos associados à dieta moderna, caracterizada pelo alto consumo de alimentos ultraprocessados. Entre os participantes que consumiam um copo médio de refrigerante diariamente, o risco de desenvolver hipertensão, diabetes e síndrome metabólica aumentava em até 23%. Além disso, aqueles que aumentaram em 10% o consumo de produtos como embutidos, biscoitos e refrigerantes apresentaram um risco 10% maior de mortalidade geral e 11% maior de morrer por doenças crônicas.
Os dados também mostraram uma correlação entre o consumo elevado desses alimentos e o aumento de casos de depressão, o que reforça a necessidade de uma alimentação mais equilibrada e saudável.
O Papel dos Laticínios na Dieta
Contrapondo-se ao consumo de alimentos ultraprocessados, os laticínios, especialmente os desnatados, mostraram benefícios significativos. O estudo indicou que os voluntários que incluíam mais produtos lácteos em suas dietas apresentavam até 64% menos risco de falecimento por doenças cardiovasculares. Isso sugere que a moderação no consumo de laticínios pode contribuir para uma melhor saúde cardiovascular e menor pressão arterial.
Consumo de Álcool e Seus Efeitos
Outro ponto relevante levantado pela pesquisa é o consumo regular de bebidas alcoólicas, que foi relatado por metade dos participantes. A cerveja se destacava como a bebida mais consumida, seguida por destilados entre os homens e vinho entre as mulheres. O consumo excessivo de álcool está associado ao aumento do risco de hipertensão, obesidade abdominal e níveis elevados de triglicerídeos, com efeitos mais pronunciados entre os homens.
Esses achados ressaltam a importância de políticas públicas que incentivem padrões alimentares saudáveis, promovendo a redução do consumo de produtos ultraprocessados, sal e álcool. Os resultados do estudo reforçam a necessidade de seguir orientações alimentares que priorizem alimentos frescos e saudáveis, mantendo o tradicional prato de arroz e feijão como base da dieta diária.
Conclusão
Uma alimentação equilibrada e variada, com a inclusão de alimentos tradicionais e frescos, é essencial para a manutenção da saúde e prevenção de doenças crônicas. A pesquisa destaca a importância de escolhas alimentares conscientes e a necessidade de promover hábitos saudáveis em nossas vidas diárias.
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