
Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia: Definição, Sintomas e Tratamento
A pré-eclâmpsia é uma complicação séria que pode surgir durante a gravidez, caracterizada por hipertensão arterial e a presença de proteínas na urina. A forma mais severa dessa condição é a eclâmpsia, que se manifesta com convulsões e representa um risco significativo para a vida tanto da mãe quanto do bebê. O diagnóstico e o manejo adequados e imediatos são essenciais para garantir a saúde materna e fetal.
Introdução
A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia são condições que podem ocorrer especialmente na segunda metade da gestação, a partir da 20ª semana. Em algumas mulheres, esses quadros podem aparecer durante o trabalho de parto ou até mesmo no pós-parto, nos primeiros dias após o nascimento do bebê. Embora muitas gestações afetadas pela pré-eclâmpsia alcancem as 37 semanas, essas gestantes apresentam um risco elevado de complicações, tanto para si quanto para o feto. Entre as complicações associadas estão o parto prematuro, o sofrimento fetal, a restrição do crescimento intrauterino e, em casos mais graves, a morte materna ou fetal. Globalmente, cerca de 10% a 15% das mortes maternas associadas a complicações obstétricas são relacionadas à pré-eclâmpsia ou à eclâmpsia, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento adequado.
O que é Pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma condição que se caracteriza pela elevação da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, associada à proteinúria e/ou sinais de disfunção em órgãos-alvo, como os rins, fígado e cérebro. A origem dessa doença ainda não é completamente compreendida, mas está ligada a anormalidades na formação dos vasos sanguíneos da placenta e na resposta imunológica materna. A condição pode evoluir rapidamente, afetando a saúde da mãe e do feto.
Tipos de Hipertensão na Gravidez
Durante a gestação, diferentes formas de hipertensão arterial podem ocorrer:
- Hipertensão crônica: hipertensão existente antes da gravidez ou que se desenvolve antes da 20ª semana.
- Hipertensão gestacional: surge após a 20ª semana sem proteinúria ou disfunção de órgãos, geralmente desaparecendo após o parto.
- Pré-eclâmpsia: hipertensão após a 20ª semana com proteinúria significativa ou sinais de disfunção de órgãos.
- Pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica: ocorre em mulheres que já eram hipertensas antes da gravidez, com agravamento da condição após a 20ª semana.
Quando a Pressão é Considerada Alta na Gravidez?
A hipertensão arterial é definida na gestação como:
- Pressão sistólica (máxima) ≥ 140 mmHg ou pressão diastólica (mínima) ≥ 90 mmHg.
- Hipertensão grave é caracterizada por pressão sistólica ≥ 160 mmHg ou pressão diastólica ≥ 110 mmHg.
Esses valores devem ser confirmados em pelo menos duas medições com um intervalo mínimo de 4 horas.
Causas da Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma doença multifatorial, com a principal origem relacionada a anormalidades na formação dos vasos sanguíneos da placenta nas primeiras semanas de gestação. A remodelação inadequada das artérias uterinas compromete o fluxo sanguíneo, levando a uma placenta mal irrigada, o que provoca isquemia e liberação de substâncias tóxicas na circulação materna. Essas substâncias provocam disfunção endotelial, resultando em hipertensão, proteinúria e lesões em múltiplos órgãos.
Fatores de Risco
Embora a pré-eclâmpsia possa ocorrer em qualquer gestante, alguns fatores aumentam significativamente o risco, incluindo:
- Idade materna avançada (≥ 35 anos) ou muito jovem (< 18 anos).
- Histórico de pré-eclâmpsia em gestações anteriores.
- História familiar de pré-eclâmpsia.
- Gestação múltipla.
- Hipertensão arterial crônica.
- Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²).
- Diabetes mellitus.
- Doença renal crônica.
- Doenças autoimunes.
- Intervalo longo entre gestações.
- Concepção por fertilização in vitro.
Sintomas da Pré-eclâmpsia
Os sintomas podem ser discretos, especialmente nos casos leves, tornando o acompanhamento pré-natal essencial. Os sinais iniciais incluem:
- Aumento da pressão arterial.
- Proteinúria.
- Inchaços, especialmente nas pernas, mãos e rosto.
- Urina espumosa.
Complicações Fetais
A pré-eclâmpsia também pode impactar o desenvolvimento fetal, levando a complicações como:
- Restrição do crescimento intrauterino.
- Redução do líquido amniótico.
- Descolamento prematuro da placenta.
- Sofrimento fetal agudo.
- Parto prematuro.
Diagnóstico de Pré-eclâmpsia
O diagnóstico é baseado na presença de hipertensão e proteinúria ou sinais de disfunção orgânica. Os critérios incluem:
- Pressão arterial elevada em duas medições.
- Proteinúria significativa.
- Sinais de disfunção orgânica.
Tratamento da Pré-eclâmpsia
O tratamento varia conforme a gravidade da condição e a idade gestacional. Em casos leves, pode ser feito um acompanhamento rigoroso. Se a pré-eclâmpsia for grave, a interrupção da gestação é geralmente indicada, independentemente da idade gestacional. O controle da pressão arterial é essencial, utilizando medicamentos seguros durante a gestação.
Tratamento da Eclâmpsia
A eclâmpsia é uma emergência médica que requer tratamento imediato, com o uso de sulfato de magnésio para controlar as convulsões. Após estabilização, o parto deve ser realizado o mais breve possível.
Prevenção da Pré-eclâmpsia
Embora não seja possível prevenir totalmente a pré-eclâmpsia, o uso de aspirina em baixa dose pode reduzir significativamente o risco, especialmente em mulheres com fatores de risco conhecidos. Além disso, manter um pré-natal regular e controlar condições pré-existentes são medidas importantes.
Perguntas Frequentes
A pré-eclâmpsia tem cura? Sim, a única cura definitiva é o parto.
Toda mulher com pré-eclâmpsia vai ter eclâmpsia? Não, a maioria das mulheres com pré-eclâmpsia não desenvolve eclâmpsia.
É possível evitar a pré-eclâmpsia? O uso de aspirina em baixa dose pode ajudar na prevenção.
Quem já teve pré-eclâmpsia pode ter novamente em outra gravidez? Sim, existe um risco elevado de recorrência.
Pré-eclâmpsia pode acontecer após o parto? Sim, pode ocorrer nos primeiros dias após o parto.
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