Dengue Causas Sintomas e Prevenção que Você Precisa Saber

Dengue: Sintomas, Transmissão e Tratamento

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se alastra principalmente em regiões tropicais e subtropicais, especialmente em locais com água parada. A prevenção é fundamental para conter surtos, sendo essencial evitar o acúmulo de água que favoreça a reprodução do mosquito. Este artigo discute as características do mosquito da dengue, os modos de transmissão da doença, seus sintomas, sinais de gravidade, complicações potenciais e as opções de tratamento disponíveis.

O que é a dengue?

A dengue é uma infecção viral que causa febre alta e é transmitida pela picada do mosquito. Existem quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um sorotipo oferece imunização apenas contra aquele tipo, permitindo que um indivíduo contraia dengue novamente se exposto a outro subtipo. Estima-se que anualmente cerca de 100 milhões de pessoas sejam infectadas em todo o mundo, com a maioria dos casos concentrados na América Latina, Ásia e África. No Brasil, os números de casos de dengue têm sido elevados, com centenas de milhares de registros a cada ano.

Mosquito Transmissor da Dengue

O vírus da dengue é transmitido principalmente por duas espécies de mosquitos: Aedes aegypti e Aedes albopictus. Vamos explorar as características de cada um deles.

Aedes aegypti

O Aedes aegypti é um mosquito de aproximadamente 1 cm, com corpo preto e listras brancas. É um inseto diurno, que prefere voar baixo e picar regiões expostas como pés e tornozelos. Este mosquito se reproduz em áreas próximas a residências, onde há água limpa e parada, como em pneus, vasos de plantas e caixas d’água. Seus ovos são extremamente resistentes e podem sobreviver em ambientes secos por meses, aguardando a presença de água para completar seu ciclo de vida. A proliferação rápida do Aedes aegypti torna o controle difícil, exigindo a colaboração da população na eliminação de recipientes que possam acumular água.

Aedes albopictus

Embora o Aedes aegypti seja o principal vetor da dengue, o Aedes albopictus também pode transmitir a doença, embora em menor escala. Este mosquito tem uma taxa de contaminação pelo vírus da dengue mais baixa, possivelmente porque se alimenta de outros mamíferos, que não costumam estar infectados com o vírus. As epidemias de dengue são raras em áreas onde apenas o Aedes albopictus está presente.

Formas de Transmissão

As fêmeas do mosquito Aedes são responsáveis pela picada nos seres humanos. Para que a transmissão da dengue ocorra, o mosquito deve estar previamente contaminado com o vírus, o que significa que nem todos os mosquitos transmitem a doença. Após a picada de um mosquito contaminado, o vírus leva de 10 a 14 dias para se tornar viável para transmissão. A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa; portanto, não é necessário cuidado especial entre familiares de um paciente infectado.

Sintomas da Dengue

Após a picada do mosquito, o período de incubação é de 4 a 7 dias. Os sintomas variam de um quadro assintomático a formas mais graves, como a dengue hemorrágica. Os principais sintomas incluem:

Sintomas da Dengue Clássica

A dengue clássica manifesta-se com febre alta, dores de cabeça, dor atrás dos olhos, fadiga e dores musculares intensas, levando à expressão “febre quebra-ossos”. Manchas avermelhadas na pele, chamadas de rash, podem aparecer a partir do terceiro dia de febre. Embora alguns pacientes possam apresentar episódios de sangramento leve, isso não indica automaticamente dengue hemorrágica.

Sintomas da Dengue Hemorrágica

A dengue hemorrágica é uma forma mais grave da doença, caracterizada por complicações como:

  • Aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, levando a derrames pleurais e ascite.
  • Trombocitopenia, que é a queda do número de plaquetas, aumentando o risco de sangramentos.
  • Dores abdominais intensas e, em casos graves, choque circulatório.

Sinais de Gravidade

Os sinais de gravidade da dengue incluem:

  • Dor abdominal intensa e contínua.
  • Pele fria, úmida e pegajosa.
  • Hipotensão (queda de pressão arterial).
  • Sangramentos que não cessam espontaneamente.
  • Letargia e dificuldade respiratória.

Diagnóstico

O diagnóstico da dengue melhorou significativamente com novos métodos laboratoriais. Testes rápidos, como o NS1, podem detectar a infecção nos primeiros dias, enquanto a sorologia é útil após o sexto dia. A combinação desses exames permite um diagnóstico mais ágil e preciso, favorecendo a tomada de decisões clínicas adequadas.

Tratamento

Atualmente, não existe tratamento específico para a dengue. O manejo envolve repouso, hidratação e o uso de analgésicos como paracetamol. Medicamentos como ácido acetilsalicílico (AAS) são contraindicados, pois podem aumentar o risco de sangramentos. Pacientes com sinais de gravidade devem ser hospitalizados para tratamento intensivo.

Prevenção

A principal estratégia de prevenção da dengue é o combate ao mosquito transmissores. Medidas incluem:

  • Eliminar recipientes que possam acumular água.
  • Limpar tanques e caixas d’água regularmente.
  • Utilizar telas em janelas e portas para evitar a entrada do mosquito.

Vacinas contra dengue

Duas vacinas contra a dengue foram aprovadas: Qdenga e Dengvaxia. A Qdenga é indicada para um público mais amplo e administrada em duas doses, enquanto a Dengvaxia é recomendada apenas para aqueles que já tiveram a doença.

Referências

  • Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento – Ministério da Saúde.
  • Handbook for clinical management of dengue – World Health Organization.
  • Dengue virus infection: Prevention and treatment – UpToDate.

Nota de Responsabilidade:Os conteúdos apresentados no MedOnline têm caráter informativo e visam apoiar decisões estratégicas e operacionais no setor da saúde. Não substituem a análise clínica individualizada nem dispensam a consulta com profissionais habilitados. Para decisões médicas, terapêuticas ou de gestão, recomenda-se sempre o acompanhamento de especialistas qualificados e o respeito às normas vigentes.

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