Sarampo Nas Américas: Qual a Situação do Brasil Agora?

Américas não são mais uma região livre de sarampo: A situação no Brasil

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) anunciou que, desde a última segunda-feira (10), o continente americano deixou de ser uma região livre da transmissão endêmica do sarampo. Esta decisão foi motivada pelo surto descontrolado que ocorreu no Canadá, onde o país não conseguiu conter a circulação do vírus ao longo de 12 meses. Embora existam países na região com a situação controlada, a perda da certificação por um único membro da Opas afeta todo o continente.

Atualmente, a América do Norte é o epicentro do surto, com 95% dos 12,5 mil casos confirmados de sarampo em 2025 registrados no Canadá, Estados Unidos e México. Essa crise é alarmante, pois os casos registrados representam um aumento de 30 vezes em relação aos contágios confirmados no ano anterior. Além disso, o surto resultou em 28 mortes confirmadas por sarampo, sendo 23 no México, 3 nos Estados Unidos e 2 no Canadá.

Para que a certificação de área livre de sarampo seja restaurada, é necessário que todos os países da região demonstrem que interromperam a circulação do vírus por um período mínimo de 12 meses. Também devem apresentar ações efetivas de vacinação, vigilância epidemiológica e resposta rápida a casos importados.

A Situação do Sarampo no Brasil

Apesar da mudança de status na região americana, o Brasil ainda mantém sua certificação como país livre de transmissão endêmica de sarampo, título que foi reconquistado em 2024. Até o momento, os 37 casos confirmados de sarampo em 2025 são considerados importados ou relacionados à importação.

A distribuição dos casos de sarampo no Brasil em 2025 é a seguinte:

  • Tocantins: 25 casos
  • Mato Grosso: 6 casos
  • Rio de Janeiro: 2 casos
  • Distrito Federal: 1 caso
  • Maranhão: 1 caso
  • Rio Grande do Sul: 1 caso
  • São Paulo: 1 caso

O surto mais grave ocorreu no município tocantinense de Campos Lindos, onde os casos começaram a partir de infecções importadas da Bolívia. A doença se espalhou em uma comunidade com baixa adesão à vacinação, conforme relatado pelo Ministério da Saúde. Até o presente momento, não houve registros de óbitos relacionados ao sarampo no Brasil em 2025. Em outubro, a morte de um bebê em Marília (SP) foi inicialmente considerada um caso suspeito de sarampo, mas exames laboratoriais posteriores comprovaram que a causa não era sarampo.

A Importância da Vacinação

A vacinação é a principal estratégia para prevenir o sarampo, e os surtos registrados nas Américas estão diretamente relacionados a uma queda na cobertura vacinal. Segundo a Opas, 89% dos casos de sarampo nas Américas afetaram pessoas que não estavam vacinadas ou que tinham situação vacinal desconhecida.

No Brasil, a vacina contra o sarampo é oferecida gratuitamente nas unidades básicas de saúde, e o esquema vacinal recomendado inclui:

  • Primeira dose da vacina tríplice viral (que também protege contra rubéola e caxumba) aos 12 meses de vida.
  • Segunda dose aos 15 meses. Durante a aplicação da segunda dose, também é iniciada a imunização contra a varicela (catapora). Nesse caso, a criança pode receber a vacina tetraviral ou uma nova dose da tríplice viral acompanhada de uma dose da vacina contra a varicela, conforme a disponibilidade.

Para mais informações sobre a vacina contra o sarampo, o site do Ministério da Saúde é uma fonte confiável e acessível.

Considerações Finais

A situação do sarampo nas Américas, especialmente no Canadá, é um alerta sobre a importância da vacinação. O Brasil, apesar de manter sua certificação, deve continuar vigilante e promover a adesão à vacinação para prevenir a reintrodução da doença. A proteção da saúde pública depende do engajamento de todos na imunização contra doenças altamente contagiosas como o sarampo.


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